DIÁRIOS DE BORDO

A presente página tem como objetivo apresentar os diários de bordo que serão desenvolvidos semanalmente no componente curricular de Estágio Supervisionado em Geografia, ministrado pela Prof.a Dra. Ivaneide Silva dos Santos, os quais serão utilizados como uma forma de avaliação parcial do componente. Nos diários de bordo, constarão os conteúdos desenvolvidos nas aulas do componente nas segundas-feiras, as leituras dos textos indicados, as observações feitas na Escola Municipal Armando Xavier de Oliveira, a coparticipação com a professora regente da turma do 6º ano B matutino e as aulas de regência.

Aula dia 04 de março de 2024

A primeira aula do semestre, ocorrida no dia 04/03/2024, teve como objetivo a apresentação da disciplina e do que será trabalhado ao longo do semestre. Inicialmente, houve uma breve apresentação da turma e da professora, uma vez que, apesar de a turma estar no 7º semestre do curso, essa aula representou o primeiro contato oficial da turma com a docente. Em seguida, a professora apresentou um pequeno roteiro do que seria abordado na aula do dia, bem como a ementa e o cronograma do componente.

Para avaliar o nível de conhecimento prévio dos discentes, a docente propôs uma avaliação diagnóstica, utilizando o Google Forms e o celular como recursos didáticos. Nessa avaliação, foram incluídas perguntas sobre as correntes pedagógicas contemporâneas, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o cotidiano do currículo escolar, as categorias de análise e as correntes do Pensamento Geográfico, bem como as perspectivas teórico-metodológicas no ensino de geografia. Os discentes foram solicitados a assinalar seu nível de conhecimento como "sei muito", "sei pouco" ou "não sei", considerando que esses temas já foram abordados em algum momento durante o curso. Assim, a maioria dos discentes da turma já possui certo conhecimento acerca desses assuntos que serão trabalhados ao longo do semestre.

Posteriormente, a professora distribuiu frases para a turma realizar uma dinâmica em dupla, onde cada dupla tinha que discorrer acerca da frase recebida e depois apresentá-la de forma rápida para o restante da turma. Na dinâmica, fiz dupla com minha colega Edileide Farias, e ficamos com a seguinte frase: "O fazer pedagógico, 'o que ensinar', deve ser articulado ao 'para quem' e 'para que', expressando a unidade entre os conteúdos teóricos e instrumentais do currículo." (Pimenta, 2005, pág. 67). Nessa citação, a autora destaca que o fazer pedagógico e o conteúdo a ser ensinado devem estar articulados com quem será ensinado e qual o propósito, ou seja, é necessário conhecer o público-alvo e compreender como o conteúdo trabalhado se relaciona com a vida dos alunos.

A primeira leitura para discussão em sala de aula no componente foi o texto "Políticas Curriculares para a Licenciatura em Geografia: Significações de Estágio Supervisionado", de autoria da Prof.a Dra. Ivaneide Silva dos Santos. O objetivo do referido texto é "discutir as significações de Estágio Supervisionado na licenciatura em Geografia no contexto das reformas curriculares contemporâneas, bem como os sentidos de estágio enunciados pelos professores e alunos da formação inicial em Geografia." (Santos, 2020, p. 113)

Neste artigo, a autora explora a relação entre as reformas curriculares e legislações e como essas mudanças interferiram no estágio supervisionado, de forma positiva. Por um lado, há novas mudanças que passaram a agregar positivamente ao componente curricular, pois "promoveram uma mudança significativa na configuração e estrutura do Estágio Supervisionado nos currículos dos cursos, inclusive em Geografia, com o objetivo de construir um novo modelo deste componente curricular, com maior tempo de contato e integração dos estagiários nas escolas, melhorando assim a formação do professor de Geografia" (Santos, 2020, p. 128).

O Estágio Supervisionado é um componente curricular indispensável na formação dos discentes nos cursos de licenciaturas, inclusive em Geografia. Pois por muito tempo essa etapa da licenciatura era vista como o momento que o discente tem a oportunidade de colocar em prática aquilo que foi trabalhado na teoria e de conhecer o espaço escolar e a dinâmica da sala de aula. Porém o Estágio Supervisionado vai muito além disso, pois é nessa etapa que "novas significações vão surgindo e eles podem redefinir conhecimentos e construir suas próprias práticas metodológicas, contribuindo para uma profissão docente propositiva." ( Santos, 2020, p. 129)

No geral, esta primeira aula foi bastante proveitosa, pois conseguimos compreender o ritmo e a didática da professora, além de ficarmos cientes do que nos espera ao longo do semestre em relação às aulas e ao estágio de regência nas escolas.

REFERÊNCIAS

PIMENTA, Selma Garrido. O Estágio na Formação de Professores: Unidade Teórica e Prática? 6 ed. São Paulo: Cortez, 2005.

STRAFORINI, Rafael et al. Políticas Educacionais e Ensino de Geografia: Sentidos de currículo, práticas e formação docente. Paco e Littera, 2021.

Aula do dia 18/03/2024

Na aula do dia 18 de março de 2024, o objetivo foi discutir os textos da BNCC, DCRB e RCJ para o ensino de Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental. A proposta era dividir os grupos por escola e mesma regente, onde cada grupo ficaria com um documento curricular para posteriormente construir um quadro contendo algumas informações. Os alunos que irão lecionar na Escola Municipal Armando Xavier de Oliveira, com as turmas do 6º ano nos turnos matutino e vespertino, sob a regência da professora da turma, ficaram responsáveis pela BNCC, a Base Nacional Comum Curricular.

A Base Nacional Comum Curricular:

É um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurado seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). (BRASIL, 2013. pg.7)

Esse documento tem como objetivo determinar diretrizes educacionais para todo o país, que definem conjuntos de aprendizagens desde a Educação Básica até o Ensino Médio. E também busca orientar a elaboração dos currículos escolares nas redes de ensino públicas e privadas, em âmbito nacional, estadual e municipal.

Neste documento, os conteúdos de Geografia foram divididos em cinco unidades temáticas comuns ao longo do Ensino Fundamental, numa progressão das habilidades (BRASIL, 2013, p. 361). Além disso, o documento estabelece habilidades e competências gerais e específicas que os alunos devem desenvolver. Essas habilidades e competências incluem a capacidade de analisar e interpretar informações geográficas, compreender fenômenos socioespaciais, reconhecer diferentes escalas de análise, entre outras competências fundamentais para a formação crítica e cidadã dos estudantes.


REFERÊNCIA

BRASIL, J. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. 2017.





Aula do dia 25/03/2024

Esta aula teve como objetivo a discussão dos textos "Teorias da aprendizagem" (Roberto Vatan dos Santos) e "Abordagens do processo de ensino e aprendizagem na formação do professor de Geografia" (Ione Jatobá Leal de Oliveira, Ivaneide Silva dos Santos e Joseane Gomes de Araújo), bem como orientação sobre os projetos de intervenção em regência.

A aula começou com a discussão dos textos, sendo que a professora utilizou uma apresentação de slides para expor o conteúdo. Foram abordadas as diferentes abordagens educacionais, tais como a tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural.

De acordo com Roberto Vatan (2005, p. 21), a abordagem tradicional é "a prática educativa caracterizada pela transmissão dos conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo dos tempos", na qual o aluno é visto como um receptor que recebe o conteúdo sem questioná-lo criticamente.

Já a abordagem Comportamentalista é caracterizada pela ênfase no objeto, no conhecimento, utilizando, porém, uma "engenharia" comportamental e social sofisticada para moldar os comportamentos sociais (Santos, 2005, p. 22).

Ele também aborda a abordagem Humanista, na qual o enfoque está no sujeito, com um "ensino centrado no aluno". No entanto, sob alguns pontos de vista, esse enfoque também apresenta características interacionistas de sujeito-objeto (Santos, 2005, p. 23).

A abordagem Cognitivista tem um caráter interacionista entre sujeito e objeto, e o aprendizado decorre da assimilação do conhecimento pelo sujeito e da modificação de estruturas mentais já existentes (Santos, 2005, p. 25).

A abordagem Sociocultural, desenvolvida por Paulo Freire, tem como objetivo se distanciar do ensino tradicional, ao qual ele se referia como o ensino bancário, no qual o aluno, sem autonomia, apenas recebe o conteúdo sem pensar de forma crítica. Deste modo, Roberto Vatan (2005, p. 25) afirma que a abordagem sociocultural é:

O fenômeno educativo não se restringe à educação formal, por intermédio da escola, mas a um processo amplo de ensino e aprendizagem, inserido na sociedade. A educação é vista como um ato político, que deve provocar e criar condições para que se desenvolva uma atitude de reflexão crítica, comprometida com a sociedade e sua cultura.

O autor apresenta a perspectiva de vários autores sobre cada abordagem, como Bordenave (1984), Libâneo (1982), Saviani (1984) e Mizukami (1986), os quais trazem suas visões acerca da escola, do aluno, do professor e do processo de ensino-aprendizagem.

Bordenave (1984, p. 41) classifica e distingue "as diferentes opções pedagógicas segundo o fator educativo que elas mais valorizam". Libâneo (1982, p. 12) utiliza como "critério a posição que as teorias adotam em relação às finalidades sociais da escola". Saviani (1984, p. 9) toma como critério de classificação "a criticidade da teoria em relação à sociedade e o grau de percepção da teoria dos determinantes sociais". Mizukami (1986, p. 2) considera que a base das teorias do conhecimento envolve três características básicas: primado do sujeito, primado do objeto e interação sujeito-objeto – apesar de reconhecer que existam muitas variações e diferentes combinações possíveis.(Santos, 2005, p.20)

Faz-se necessário o entendimento acerca das abordagens educacionais para que se tenha uma melhor adequação do ensino-aprendizagem dentro da sala de aula, de modo que os alunos consigam ser autônomos, criativos e capazes de desenvolver habilidades que os preparem para os desafios que a sociedade os impõe.


Referencias 

SANTOS, Roberto Vatan dos. Abordagens do processo de ensino e aprendizagem. Integração, v. 11, n. 40, p. 19-31, 2005.


Aula do dia 08/04/2024

Esta aula teve como objetivo a discussão do texto "O papel do professor e da escola básica no Estágio Supervisionado de Geografia: outros olhares sobre o processo de formação de professores" de autoria de Hugo Gabriel da Silva Mota, e no final da aula teve orientação individual acerca da construção e correção dos projetos de intervenção e as sequências didáticas. Com a utilização de uma apresentação de slide a professora abordou a discussão do texto.

O texto discutido tem como objetivo mostrar a percepção dos professores da escola básica sobre o Estágio Supervisionado em Geografia. Sendo a escola básica o principal campo onde o estagiário em processo de formação irá atuar. Pois de acordo com Mota (2015, p.132) 

a escola básica representa esse universo, onde os futuros professores, acompanhado de profissionais mais experientes, se veem na iminência da atuação profissional sem a outorga do diploma , mas experimentam sentimentos comuns do exercício da profissão e assim, dão continuidade na construção de sua identidade profissional.


Podemos destacar que como o autor relata no texto a professores que não consideram o estágio como uma etapa importante no processo de formação, notamos que no período de observação onde os estagiários vão procurar os espaços escolares e alguns professores se negam recebê-los por vários motivos. Como o autor pontua alguns pontos referentes a negativa dos professores recusarem os estagiários ( Mota, 2015, p.134)


a) o estágio é uma atividade abarrotada de papel para preencher e assinar, tudo é muito burocrático e com resultado não satisfatório a escola; b) por vezes o conteúdo ministrado pelos estagiários precisa ser revistado dado a baixa compreensão dos alunos.

Mas para além disso, em muitas escolas os professores regentes e os todo o corpo docente, e funcionários e os alunos recebem os estagiários de "braços abertos", dando todo o apoio necessário para que o estagiário consiga desenvolver suas atividades no espaço escolar no período determinado. Esse acolhimento do corpo escolar facilita para que as atividades sejam desenvolvidas da melhor forma possível e que os objetivos sejam alcançados. Como é destacado pelo autor esse incentivo dado aos estagiários e a troca de conhecimentos e experiências dos professores regentes, (Mota, 2015, p.148) quanto mais comprometida e engajada for essa atuação , melhor os professores em formação compreenderão a importância da profissão docente e sua potencialidade transformadora.

Aula do dia 22/04/2024

O texto discutido foi "Estágio em parceria universidade-educação básica" de Sandra T. Malysz. O texto aborda a relação entre o estágio e a escola, destacando as dificuldades e possibilidades que podem surgir nesse período, e como uma relação mais próxima entre universidade e escola básica pode facilitar o desenvolvimento dos estágios de regência nos cursos de licenciatura.

A autora menciona que "[...] na busca da construção do conhecimento geográfico, enquanto professores compromissados com a educação crítica, estamos sempre discutindo como e o que ensinar aos nossos alunos." (Malysz, 2007, p. 16). Podemos dizer que essas dúvidas e medos permeiam a mente dos discentes ao iniciarem o período de regência, pois o conteúdo trabalhado na universidade muitas vezes é apenas teórico, o que complica quando se trata de um curso de licenciatura. A teoria deveria estar atrelada à prática, para que os conteúdos possam ser aplicados efetivamente em sala de aula.

Sabe-se que, muitas vezes, os estagiários chegam à sala de aula com grandes expectativas, acreditando que o que aprenderam sobre ensino e práticas mudará totalmente a realidade em sala de aula e cativará os estudantes. No entanto, ao entrarem na sala de aula, percebem que a realidade na escola pública é totalmente diferente e, às vezes, bastante assustadora. Contudo, como a autora menciona, vencer ou se adaptar nesse ambiente é uma construção cotidiana. Dessa forma, é importante que a regência ocorra na mesma turma em que foi realizada a observação, pois já existe um vínculo afetivo com os alunos. Como a autora cita:

[...] o estagiário é um transeunte temporário e é difícil sermos orientadores sem explicar como é a turma, qual o seu nível de raciocínio tanto emocional quanto intelectual. Difícil transitar entre sugerir, informar, dialogar sobre como poderia ser o melhor recorte do conteúdo e a melhor abordagem para cada turma. (Malysz, 2007, p. 21)

Portanto, um período maior de observação e coparticipação com o professor regente seria uma boa alternativa para que o ensino e a relação com os alunos sejam feitos com fluidez, e para que a construção e elaboração de conteúdos e práticas sejam mais eficazes.


REFÊRENCIA

MALYSZ, Sandra T. Estágio em parceria universidade-educação básica. Prática de ensino de Geografia e estágio supervisionado. São Paulo, Contexto, p. 16-25, 2007. 


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